O PS de Óbidos tem poucas convicções. O Parque Tecnológico de Óbidos é um bom exemplo da facilidade com que muda de opinião. Desde o início que o PS de Óbidos tentou atacar o projecto, com vários argumentos. No último ano, o grande argumento de combate ao Parque Tecnológico de Óbidos foi a falta de empresas.
Em várias Assembleias Municipais, comunicados e artigos, o PS procurou passar a mensagem de que o Parque não é atractivo para as empresas. Que, como escreve o Dr. Luís Carvalho num artigo de Agosto, na Gazeta das Caldas
(que assina como se fosse um cidadão desinteressado, numa altura em que já era candidato na lista do PS de Óbidos à Assembleia Municipal), as empresas no Parque são "apenas duas, e uma delas até já tinha a sua sede em Gaeiras, ou seja há uma mera relocalização dentro do próprio Concelho, sem nenhuma mais-valia".
Esta postura é ou mal informada ou mal intencionada. O Parque Tecnológico de Óbidos e a sua incubadora, instalada no Convento de S. Miguel das Gaeiras, conseguiram atrair, até ao momento, 13 empresas. Basta ver as notícias sobre a inauguração do Convento, no passado dia 16. Para além disso, a empresa que "até já tinha a sua sede em Gaeiras" é uma empresa que deslocou a sua sede de Lisboa para Óbidos. A Ambisig, uma empresa de tecnologias de informação, com cerca de 3 milhões de euros de facturação anuais, decidiu colocar a sua sede em Óbidos. Porque acredita em Óbidos, na Óbidos Criativa e no Parque Tecnológico de Óbidos. Isto não tem, para o PS de Óbidos, aparentemente, "nenhuma mais-valia".
Mas o PS tem, nos últimos tempos, tentado mudar o seu discurso sobre o Parque Tecnológico: deu já a entender, em vários momentos, que a ideia de criar um Parque Tecnológico em Óbidos foi, afinal, do próprio PS. No momento em que o projecto começa a mostrar as suas empresas e projectos, o PS começa a deixar de o atacar pela sua capacidade de afirmação e começa a reclamar a paternidade da ideia. Chama-se a isto falta de convicções.
Filipe Montargil
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Depois de colocarem no twitter e no blog grandes promoções à campanha eleitoral, de como esta devia ser sobre projectos, visões e estratégias, o plástico não durou muito.
ResponderEliminarLá vem o senhor director do parque tecnológico falar, e em vez de promover o dito parque, como era suposto, resolve atacar o PS.
Que gente esta que ao fim de 8 anos de propaganda de maiorias absolutas de dinheiro a rodos, ainda tem a lata de usar o ataque para se defender. Mostra, isso sim, um enorme vazio de ideias, de projectos e de visões. O PSD secou-se.
Das ditas 13 empresas no parque tecnológico qual foi o emprego gerado? Para já temos menos cerca de 40 empregos na Janela Digital e 1 milhão e meio de dívidas à banca.
As gentes do PS, ou de qualquer outra força política, não deveriam considerar as referências que lhes são feitas como ataques, até porque a sua fragilidade não convida a muitos ataques, sob pena de dentro em breve não haver oposição. Isso sim, seria um mau sinal para a democracia local! Por conseguinte, tomem estes pequenos arrufos como oportunidades para também mostrarem os seus projectos, as suas visões, os seus caminhos e assim evidenciarem o valor das suas propostas, coisa que até agora tem primado por uma total e absoluta ausência. Haverá, com certeza, soluções alternativas, quiçá melhores, para os problemas do Concelho de Óbidos. Apresentem-nas e levem-nas a sufrágio. Eu não votarei contra ninguém! Eu votarei sempre a favor de rumos e ideias. No caso presente, apenas se vislumbra uma candidatura com ideias. As restantes são candidaturas contra! A democracia não deve ser um palco de combate, deve ser sim um palco de escolhas.
ResponderEliminarCaro Prof. Filipe Montargil. É com imenso prazer que me deparo consigo de novo. Efectivamente digo "de novo", pois fui seu aluno na cadeira de Ciência Política do curso de Relações Internacionais e Ciência Política, na Lusíada de Lisboa, juntamente com o Prof. Telmo Faria. Curiosamente, com o Prof. Telmo Faria voltei a entrar em contacto, quando vim viver para a Nazaré e trabalhar na CM Nazaré.
ResponderEliminarConcordo perfeitamente com o seu texto, mas vou mais longe. Penso que o que acontece em Óbidos, é sintomático do desnorte do PS a nível nacional.
No que respeita ao Oeste, a situação é ainda mais grave, quando o próprio Governo põe em risco o Plano de Acção Oeste + 4, levando o Sr. Presidente de Arruda dos Vinhos a temer pelo adiamento sine die do referido plano.
Os governos locais do PS e as suas vereações começam a acusar o desgaste de um Governo que não tem estratégia política, apenas táctica. O enguiço do Hospital Oeste Norte, a anedota da Linha férrea do Oeste, a forma atabalhoada como a transferência de competências para a as autarquias, o enleio que é o Qren, são apenas algumas manifestações dessa inépcia e da falta de orientação estratégica política que o PS nacional começa a reflectir a nível local e regional.
No seguimento deste quadro desolador para o Oeste, penso ser um período bastante sensível à definição de uma agenda política série e rigorosa, em que se começe a trabalhar tendo em vista um futuro muito próximo, acautelando um período de instabilidade política que se poderá avizinhar.